Antibiose – O que é, como funcionam, exemplos e curiosidade

A antibiose é uma interação ecológica, onde uma espécie inibe o crescimento ou a reprodução de outro organismo, em benefício próprio. Entenda.

Antibiose – O que é, como funcionam, exemplos e curiosidade

Dentro dos ecossistemas existentes, há uma enorme variedade de relações ecológicas, onde algumas são benéficas, e outras nem tanto. Nesse sentido, temos a antibiose ou amensalismo, que é uma relação onde apenas um dos seres envolvidos sai beneficiado. Ou seja, o outro organismo dessa relação tem o seu desenvolvimento totalmente prejudicado em detrimento do outro.

Desse modo, essa relação envolve uma espécie que tira proveito da outra, a chamada inibidora, e a espécie prejudicada no processo, que recebe o nome de amensal. Portanto, por envolver uma relação de disputa pelos recursos de sobrevivência, podemos dizer que a antibiose é um tipo de competição ecológica. E assim, a espécie inibidora sempre saíra vencedora.

Portanto, hoje iremos conhecer melhor o que é essa interação específica, entender seu funcionamento, além de alguns exemplos. Vamos lá!

O que é antibiose?

A antibiose ou amensalismo, nada mais é do que uma relação onde apenas uma das partes é beneficiada. Ou seja, uma relação onde uma determinada espécie impede o crescimento ou a reprodução de outro organismo, para crescer e reproduzir sozinha. Esse processo se dá através da liberação de substâncias tóxicas ao outro indivíduo.

Sendo assim, a liberação dessas substâncias prejudiciais acaba atrapalhando o desenvolvimento e o ciclo de vida natural dos organismos amensais. Então, a partir disso, essas espécies não conseguem se desenvolver, fazendo com que a competição por espaço e matéria orgânica seja injusta. Até porque os amensais não têm as mesmas chances que as espécies inibidoras.

A partir disso, a ideia que temos desses organismos que prejudicam os demais em detrimento da sua sobrevivência é que eles são ruins. Mas não é bem assim. Isso porque toda relação ecológica, cujo o objetivo principal é a sobrevivência da espécie, é resultado de um longo caminho de evolução, portanto, essencial para o equilíbrio dos ecossistemas.

Então, a antibiose não pode ser considerada uma relação ecológica negativa, embora prejudique outras espécies. Até porque os organismos inibidores necessitam desse tipo de interação para se manterem vivos.  Contudo, estamos falando de um processo natural de sobrevivência.

Exemplos de antibiose

Para entender melhor como se dá essa interação, vejamos alguns exemplos de antibiose:

Maré vermelha

É um fenômeno causado em função da presença de grande quantidade de microrganismos dinoflagelados Gonyaulax, que em ambiente favorável, se proliferam e liberam uma substância tóxica. Dessa forma, essa substância forma diversas manchas vermelhas no oceano, causando a morte de diversas espécies de animais marinhos.

Contundo, ainda há uma divergência sobre a origem desse fenômeno. Alguns estudos apontam a maré vermelha como um fenômeno natural, enquanto outros sugerem que se trata de um problema antrópico.

Fenômeno biológico conhecido como Maré Vermelha.
Fonte: Mar Sem Fim

Eucalipto

A árvore eucalipto (Eucalyptus globulus) é considerada uma planta de fácil adaptação. Contudo, isso se deve ao processo de antibiose.

Isso porque essa árvore libera determinas substâncias através das suas raízes que impedem o crescimento de todas as demais plantas ao redor. Com isso, ela consegue diminuir a competição por água e nutrientes, tornando ela muito mais adaptável do que outras espécies.

Árvores eucalipto.
Fonte: Tim Beter

Árvores altas e de grandes dimensões

Outro exemplo disso, são as árvores altas e de grandes dimensões. Isso porque elas podem tornar o ambiente afótico, ou seja, sem luz. Portanto, sem a incidência de luz para os organismos que estão em níveis mais baixos, fica inviável a sua manutenção.

Desse modo, o crescimento de gramíneas, arbustos e outras plantas próximas ao chão fica prejudicado.

Exemplo de árvore alta de grande dimensão, assim causando um ambiente afótico.
Fonte: Grupo Independente

Fungo Penicillium notatum

O fungo Penicillium notatum produz uma substância chamada penicilina, essa que é muito usada em antibióticos. Assim, esses remédios são utilizados para combater infecções bacterianas.

Nesse caso, o fungo não se beneficia propriamente do amensalismo, mas impede que as bactérias se multipliquem, eliminando-as.

Fungo Penicillium notatum
Fonte: Dreams Time

Curiosidade

Esse último exemplo, foi um caso específico de amensalismo que trouxe mais benefícios aos seres humanos. Isso porque ele pode ser usado para a produção de medicamentos.

Desse modo, foi descoberto em 1929, pelo médio biólogo Alexander Fleming, como os fungos do gênero Penicillium faziam para inibir o desenvolvimento de bactérias. E podemos dizer que foi um descoberta um tanto quanto curiosa.

O biólogo estava pesquisando sobre substâncias que pudessem ser usadas no combate à bactérias em feridas quando saiu de férias. Quando retornou de viagem, ele percebeu que os meios de cultura de bactérias do gênero Staphylococcus deixados no seu laboratório estavam contaminados por mofo. E mais do que isso, que nesses pontos onde havia mofo, não tinha mais sinal de bactérias.

A partir disso, Fleming foi estudar as propriedades desse mofo. E assim, chegou a conclusão de que a substância produzida por estes fungos era o que impedia o desenvolvimento das bactérias responsáveis pela manifestação de diversas doenças.

E assim foi descoberta a penicilina. Anos mais tarde, essas substância foi isolada em laboratório e hoje é produzida em larga escala para a produção de antibióticos.

Antibiótico Penicilina como resultado de uma antibiose.
Fonte: MD Saúde

Por fim, o que você achou dessa matéria? Aproveite para conhecer mais sobre a cadeia alimentar dos seres vivos.

Fontes: InfoEscola, Só Biologia, Portal São Francisco

Fonte Imagem Destaque: Aqua A3

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