Bentos, o que é? Definição e principais características

Bentos são organismos formados por animais e vegetais que ficam acima do sedimento ou enterrados em uma estreita camada superficial marítima.

Certamente, você sabe que os Oceanos são grandes reservatórios de água, onde habitam uma miríade de organismos. É neste cenário que encontramos os sedimentos marinhos e os bentos.

Os sedimentos marinhos são formados por restos de organismos animais e vegetais planctônicos e por partículas advindas da intempérie de rochas terrestres ou, ainda, de origem vulcânica. Neste sentido, os sedimentos não possuem um grande volume disponível para habitar organismos marinhos.

Assim, esses organismos precisam se alocar acima do sedimento ou de forma enterrada, em uma camada superficial, não ultrapassando 1 metro de espessura. Esse ambiente comporta o hábit das mais diversas espécies do planeta, sendo de extrema importância para o ecossistema marinho.

Definição de bentos

Fonte: El Siglo

Bentos é um termo de origem grega, benthos, que significa profundidade. De forma sucinta, trata-se de organismos que vivem no fundo do ambiente aquático, vivendo nele ou dependendo de seus recursos. Eles podem ser fixos ou colocados livremente no ambiente. Entretanto, não podem nadar ativamente na água, como peixes e outros animais.

E os organismos que habitam esses bentos são chamados de bentônicos. Ou seja, trata-se de comunidades compostas por uma grande variedade de espécies.

Os bentos podem ser formados por animais (zoobentos) e vegetais (fitobentos).

Zoobentos

São organismos heterotróficos, ou seja, não produzem seu próprio alimento. Animais que vivem no fundo do mar, como caranguejos, são exemplos de organismos heterotróficos. Ainda de acordo com suas dimensões, podem ser classificados em microbentos, mesobentos e macrobentos.

Fitobentos

Compõe esse grupo os vegetais e algas que vivem no fundo do ambiente aquático, ou seja, os organismos autotróficos. Estes organismos dependem de luz, portanto, vivem em locais rasos e de águas claras.

Características de bentos

Fonte: Instituto Oceanográfico. Fundo marinho no Recife de Sebastião Gomes no Banco de Abrolhos ao largo do litoral sul da Bahia, que comporta uma rica fauna bêntica. Foto: Paulo Sumida – IOUSP – Projeto ProAbrolhos.

Embora a denominação bentos normalmente esteja associada ao fundo do mar, o termo também pode ser usado em ecossistemas de água doce e estuarinos. Suas comunidades são compostas por uma ampla variedade de espécies, como por exemplo, os recifes de coral.

Suas características podem ser diferentes de acordo com o tipo de comunidade bentônica e, podem ser classificados conforme seu tamanho. Assim, macrobentos (maior que um milímetro), meiobentos (menor que um milímetro, mas maiores que 32 micrômetros) e microbentos (organismos menores que 32 micrômetros).

Algumas características comuns aos diferentes organismos bentônicas incluem:

  • Podem ser sésseis, desenvolvendo estruturas que permitem aderir ao substrato. Exemplos: rizóides (algas), os discos de fixação (algas, anêmonas), as espécies de escavação (moluscos), as glândulas de cimentação (crustáceos, moluscos), entre outros.
  • Podem formar colônias, reduzidas em tamanho (por exemplo, espécies de ascídias) ou adquirir grandes dimensões (recifes de corais).
  • Podem viver no substrato (epifauna), ou dentro do substrato (infauna).
  • Desenvolvem grande variedade de relações ecológicas, como por exemplo, parasitismo, simbiose, mutualismo, amensalismo, entre outros.
  • Se adaptam ao substrato, tornando-se achatados ou deprimidos.

Organismos bentônicos

Bentos - Definição e principais características
Fundo do Mar. Fonte: Ecoticias

Bactérias

Bactérias aeróbias, anaeróbias e facultativas foram identificadas em diferentes ambientes bentônicos e desempenham papel vital nesses ambientes, porque fazem parte de muitos ciclos biológicos e químicos.

Algas Marinhas

As comunidades de algas associadas aos substratos bentônicos incluem quase todos os principais grupos taxonômicos,como clorofitos (algas verdes), rodófitas (algas vermelhas) e faeófitas (algas marrons).

Fanerógamas

Os tapetes de ervas marinhas são um dos ecossistemas mais produtivos. Além disso, esses prados protegem as áreas costeiras da erosão das ondas porque são sumidouros de dióxido de carbono.

Invertebrados

As comunidades bentônicas hospedam um grande número de invertebrados, tendo os corais como sua maior representação. Estes, formam recifes que se estendem por quilômetros, fornecendo abrigo e alimento para uma variedade de organismos, tanto vegetais quanto animais.

Outros exemplos de invertebrados bentônicos são esponjas (porifera), anémonas (cnidaria), larvas de fogo (anelídeos), caranguejos, camarões, lagostas (crustáceos), caracóis, amêijoas, polvos (moluscos), estrelas-do-mar, ouriços-do-mar e também pepinos do mar (equinodermos).

Vertebrados

O peixe é o principal vertebrado dos animais bentônicos e, com maior adaptabilidade ao ambiente, pode desenvolver características côncavas, de objetos entremeados e compressivos.

Nutrição dos bentos

A nutrição de organismos bentônicos depende de fatores biológicos e abióticos. Ou seja:

  • Biológicos – relação entre cadeias alimentares complexas e os indivíduos que as compõem.
  • Abióticos – como disponibilidade de luz, profundidade, salinidade e até temperatura

Importância do ambiente bêntico

O ambiente bentônico, em síntese, é extremamente importante para o ecossistema marinho. Isso porque milhares de espécies que vivem no organismo bentônico têm a capacidade de reciclar as águas, conjuntamente à matéria orgânica que chega da camada de luz do oceano. É nesta camada, aliás, que ocorre a fotossíntese e a produção de alimentos.

Dessa maneira, é possível considerar os organismos bentônicos como um bons digestores biológicos, capazes de reciclar matéria orgânica e fornecer nutrientes para a coluna d’água.

Por fim, o que achou da matéria? Se gostou, não deixe de conferir sobre Hydrozoa, animais marinhos que vivem em água salgada como os corais.

Fontes: Brasil Escola, Portal São Francisco, Instituto Oceanográfico.

Imagens: Unisci 24, El Siglo, Instituto Oceanográfico, Ecoticias.

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