Espaço sideral: o que é, onde começa e qual som tem

Espaço sideral consiste em toda a área vazia do universo que não está ocupada por corpos celestes. Saiba quais são as suas características

Espaço sideral é toda área vazia do universo que não está ocupada por corpos celestes. Neste ambiente, além dos corpos celestes, habitam poucas partículas, como plasma de hidrogênio e hélio, campos magnéticos, neutrinos, radiação eletromagnética, bem como poeira interestelar e raios cósmicos.

A distância de onde o espaço começa não é um consenso, sendo um tema de debate entre especialistas. Mas, no geral, considera-se que o espaço está acima de 80 km  da superfície terrestre.

Os estudos envolvendo o espaço remetem há mais de 300 anos antes de Cristo. Sendo assim, várias pessoas buscaram definir o espaço como, por exemplo, Aristóteles, Giordano Bruno e Albert Einstein. Apesar de tantos estudos, ainda está em aberto a questão se o Universo é finito ou infinito.

Como se deu a descoberta do espaço sideral?

A descoberta do espaço sideral foi um processo gradual que envolveu a observação e o estudo do céu ao longo dos séculos. Desde a antiguidade, os seres humanos olharam para o céu e se maravilharam com as estrelas, planetas e outros corpos celestes.

No século XVII, o astrônomo italiano Galileu Galilei fez várias descobertas importantes ao observar o céu com um telescópio. Ele descobriu, por exemplo, as fases de Vênus e as luas de Júpiter, o que contradizia a visão de mundo aceita na época.

Já no século XVIII, o astrônomo britânico William Herschel descobriu o planeta Urano. Mais tarde, outros astrônomos descobriram Netuno e Plutão.

Em meados do século XX, a tecnologia avançou significativamente, permitindo a observação do espaço sideral com telescópios cada vez mais potentes. A primeira grande descoberta do século foi a teoria da relatividade de Albert Einstein, que revolucionou a compreensão da gravidade e do espaço-tempo.

Em 1957, a União Soviética lançou o primeiro satélite artificial da Terra, o Sputnik 1, inaugurando a era da exploração espacial. A partir daí, foram realizadas diversas missões tripuladas e não tripuladas ao espaço, incluindo a Apollo 11, que levou os primeiros seres humanos à Lua em 1969.

Hoje em dia, a exploração do espaço sideral continua avançando com o uso de telescópios espaciais, sondas e rovers em planetas e asteroides distantes, além do desenvolvimento de planos para futuras missões tripuladas a outros planetas e até mesmo viagens interestelares.

Como o espaço sideral foi formado?

A formação do espaço sideral é um processo complexo que envolveu bilhões de anos e vários eventos cósmicos. Acredita-se que tudo começou com o Big Bang, uma explosão violenta que ocorreu há cerca de 13,8 bilhões de anos e que deu origem ao universo como o conhecemos hoje.

Após o Big Bang, o universo passou por um período de expansão, resfriamento e condensação. As partículas de matéria começaram a se juntar por meio da força gravitacional, formando estrelas e galáxias. As primeiras estrelas eram compostas principalmente por hidrogênio e hélio, os elementos mais simples do universo.

À medida que as estrelas envelheciam e esgotavam seu combustível, algumas delas explodiam em supernovas, liberando uma grande quantidade de energia e material no espaço. Esses elementos mais pesados foram incorporados a novas estrelas e planetas que se formavam nas proximidades.

O sistema solar, por exemplo, se formou há cerca de 4,6 bilhões de anos a partir de uma nuvem de gás e poeira que girava em torno de uma estrela jovem chamada Sol. Os materiais que não foram incorporados aos planetas se juntaram para formar asteroides, cometas e outros corpos celestes.

Ao longo dos anos, o espaço sideral continuou a evoluir, com a formação de novas estrelas, galáxias e outros objetos celestes. Ainda há muito que não sabemos sobre o universo e como ele se formou, mas os cientistas continuam a estudar e explorar o espaço para aprender mais sobre nossas origens e nossa posição no universo.

Características físicas do espaço sideral

Onde começa?

Existe um grande debate sobre onde o espaço começa. Mas no geral, entende-se que o espaço sideral começa quando a pessoa sai da atmosfera do planeta Terra. No entanto, não existe um limite bem estabelecido.

Assim, a atmosfera terrestre se estende por cerca de 100 km acima da superfície da Terra, mas a gravidade da Terra ainda tem efeito em objetos muito além dessa altura.

Qual é a composição dele?

O espaço sideral é composto principalmente por vácuo, ou seja, não há ar ou outros gases. Há, no entanto, partículas de poeira e gás dispersas em todo o espaço, além de radiação cósmica e campos magnéticos.

Como é o ambiente?

O ambiente no espaço sideral é muito diferente da Terra. Não há gravidade suficiente para manter uma atmosfera densa ou um campo magnético protetor, o que significa que os corpos celestes no espaço estão expostos a uma grande quantidade de radiação cósmica e partículas carregadas. As temperaturas no espaço variam amplamente, podendo ser muito frias em algumas áreas e muito quentes em outras.

Qual é o tamanho dele?

O espaço sideral é vasto e praticamente infinito. O universo observável, por exemplo, tem um diâmetro estimado de cerca de 93 bilhões de anos-luz.

Qual é o som do espaço sideral?

Infelizmente, o espaço sideral é um ambiente de vácuo, o que significa que não há ar ou outros meios para propagar ondas sonoras. Portanto, não há som no espaço sideral.

Por outro lado, as explosões dos raios gama também são um dos eventos mais energéticos do universo. Ou seja, apenas 10 segundos da explosão equivale à energia do sol em dez bilhões de anos. Confira abaixo a Sonificação do espaço profundo, feito pela Nasa:

Regiões do espaço sideral

Geoespaço

Em síntese, o geoespaço é a região do espaço perto da Terra. Ele inclui a área superior da atmosfera e a magnetosfera, em um ambiente repleto de partículas carregadas eletricamente em densidades muito baixas.

O limite interno do geoespaço é a ionosfera, já o limite externo compreende a magnetopausa, formando um intermeio entre a magnetosfera terrestre e o vento solar.

O campo de estudo do geoespaço se conecta com a heliofísica, isto é, o estudo do Sol e do seu impacto nos planetas do Sistema Solar.

Sendo assim, ele inclui a órbita terrestre baixa, onde estão a maioria dos satélites artificiais, bem como a magnetosfera da Terra, a região onde o campo magnético do planeta protege contra a radiação solar.

Espaço interplanetário

O espaço interplanetário é a região em volta do Sol e dos planetas do sistema. O volume dessa região do espaço é de quase total vácuo, com um percurso livre médio de cerca uma unidade astronômica à distância orbital da Terra.

Essa região não é totalmente vazia por causa da esparsa presença de raios cósmicos, que abrigam núcleos atômicos ionizados e várias partículas subatômicas.

Além disso, existem nessa região elementos como gás, poeira, plasma, dezenas de tipos de molécula orgânica e pequenos meteoros. Inclusive, por meio da luz zodiacal, é possível ver a poeira interplanetária na forma de nuvem, durante à noite.

Ainda, é a região do espaço que se estende entre os planetas do sistema solar. Sendo assim, é uma região de vácuo, com temperaturas muito baixas e uma quantidade muito baixa de poeira e gás dispersos.

Espaço interestelar

O espaço interestelar é o ambiente físico que vai além da área de influência das estrelas de uma galáxia. A matéria presente nesta região é chamada de meio interestelar, sendo que cerca de 70% da massa presente no meio interestelar são átomos isolados de hidrogênio e o restante é composto, sobretudo, de átomos de hélio.

Já a densidade da matéria nessa região varia muito, mas a média é de cerca de 106 partículas por m3, contudo, nuvens moleculares frias podem apresentar 108–1012 por m3.

Assim, é a região do espaço que se encontra entre as estrelas de uma galáxia. Nessa região, há uma densidade ainda menor de matéria do que no espaço interplanetário. No entanto, há nuvens de gás e poeira que podem formar novas estrelas e planetas.

Espaço intergaláctico

Por fim, temos o espaço intergaláctico, que é o ambiente físico entre as galáxias. Entre as galáxias, existe o plasma rarefeito. A densidade do espaço intergaláctico é de 5–200 vezes a média de densidade no universo.

Essa região é composta, sobretudo, por hidrogênio ionizado. Com o gás que flui nessa região, o ambiente chega a temperaturas de 105 K a 107 K, é por isso que essa região é conhecida como meio intergaláctico quente.

Logo, é a região mais vazia do espaço sideral, com uma densidade extremamente baixa de matéria. No entanto, ainda há matéria presente, como gás e poeira, e há filamentos de matéria escura que conectam as galáxias.

Quais são os efeitos do espaço sideral nos humanos?

O espaço sideral é um ambiente hostil para os seres humanos. A falta de gravidade, a radiação e a falta de oxigênio são apenas alguns dos fatores que podem afetar a saúde dos astronautas e dos seres humanos expostos ao espaço sideral.

Os efeitos da falta de gravidade incluem a perda de massa muscular e óssea, a redução da densidade óssea e a alteração da visão. Esses efeitos podem afetar a capacidade do corpo humano de executar tarefas simples, como caminhar ou se manter em pé, após o retorno à Terra.

Além disso, a exposição à radiação no espaço sideral também pode ser prejudicial à saúde dos seres humanos. A radiação cósmica pode causar danos ao DNA e aumentar o risco de câncer. Além disso, a falta de atmosfera no espaço sideral significa que não há proteção contra a radiação solar, que pode ser ainda mais intensa.

A exposição ao vácuo também pode ser fatal para os seres humanos, pois o ar que respiramos é necessário para manter a pressão arterial, a temperatura do corpo e a respiração. Sem ar suficiente, o corpo humano não pode funcionar adequadamente e os órgãos vitais podem falhar.

Em resumo, o espaço sideral tem vários efeitos negativos sobre a saúde humana, e é necessário tomar precauções e medidas de segurança para garantir a sobrevivência dos astronautas e de outros seres humanos que se aventuram no espaço.

Leia também: O que é espaço geográfico, afinal?

Fontes: Gizmodo, Brasil Escola, Show metech, National Geographic, Mundo Educação, Alunos Online e Super Interessante

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