A Guerra dos Mascates foi um embate armado que se deu na Capitania de Pernambuco, entre os anos de 1709 e 1714.
Nela se envolveram os donos de engenho de Olinda e os comerciantes portugueses do Recife, que eram chamados de mascates.
A Guerra dos Mascates não foi um movimento separatista, em que pese a forte oposição à presença portuguesa na região. Mas é considerado um movimento nativista.
Contexto Histórico
Até o fim do século XVII, a cidade de Olinda era a principal de Pernambuco, posto que ali residiam ricos senhores de engenhos.
Quando os holandeses foram expulsos do Brasil (1654), mudara-se para as Antilhas, onde cultivaram cana. Com isso despejaram açúcar no mercado a preço competitivo, o que derrubou o preço do produto no mercado internacional.
Isso endividou os senhores de engenho de Olinda e eles contraíram empréstimos a juros altos dos comerciantes do Recife, que era um povoado. Vale lembrar que a expulsão dos holandeses ocorreu após desgastante guerra, posto que endividou a cidade de Olinda.
Em contrapartida, o Recife prosperou, por causa do porto moderno, e se transformou no mais importante centro comercial da colônia. A cidade era povoada por ricos comerciantes portugueses, que eram chamados de forma pejorativa de mascates.
Tanto que, em 1709, foi autorizado por Portugal que o Povoado de Recife se tornasse vila. Ali se instalou o Pelourinho e a Câmara Municipal. De forma oficial, portanto, Recife estava definitivamente emancipado de Olinda.
Como se deu o conflito
Em fevereiro de 1710, entretanto, começou a Guerra dos Mascates em Vitória de Santo Antão, com liderança do Capitão-mor Pedro Ribeiro da Silva. Em Afogados, juntou-se ao grupo tropas de São Lourenço e de Olinda, comandadas por Bernardo Vieira de Melo e Leonardo Bezerra Cavalcanti.
Todo esse contingente invadiu o Recife, destruiu o Pelourinho e rasgou o foral, documento que estabelecia sua administração. Na sequência libertou os presos e perseguiu os mascates. O governador Sebastião de Castro Caldas Barbosa levou um tiro e fugiu amedrontado para a Bahia.
Só que em 1711, os recifenses deram o troco ao invadirem Olinda e incendiarem os engenhos e povoados da região. Isso forçou a Coroa a pôr um novo governador no cargo, que findou o conflito e prendeu os cabeças da revolta. E em 1712, Recife vira a capital de Pernambuco.
Dois anos após, em 1714, o rei D. João V anistia todos os que se envolveram na disputa. Num ato de benevolência, deixa que os senhores de engenho de Olinda fiquem com suas terras e tenham as dívidas perdoadas. A única contrapartida que pediu foi que as partes não mais se agredissem, o que foi feito.
Consequência da Guerra dos Mascates
Com o fim do conflito, Recife foi elevada à mesma condição de Olinda, tendo assim os comerciantes (mascates) vencido a disputa.
Essa burguesia mercantil, que detinha o poder econômico, ganhou amplo apoio da Coroa, posto que o comércio subjugava a produção colonial.
Não é interessantíssimo saber mais sobre esse conflito na época do Brasil Colônia? Então você não pode deixar de ler também um artigo sobre o Golpe da Maioridade que pacificou o Brasil Colônia.
Fonte: Só História, Sua Pesquisa, Info Escola, Toda Matéria, Brasil Escola, Escola e Educação, Estudo Prático, Guia do Estudante, Todo Estudo.
Fonte das Imagens: Wikipedia, Redditi Brasil, Hora de Estudar, Diário de Pernambuco.