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Império Otomano – Origem, características e conquista de Constantinopla
Império Otomano foi uma organização política de natureza islâmica. Desde 1299, foi responsável por anexar territórios na Europa e na África.
Por Rafael Braga
O Império Otomano é considerado como um dos mais longos da história mundial, com início em 1299 e durando até 1923. Sua origem, entretanto, remonta a um passado que envolve os povos islâmicos que migraram para a península de Anatólia, onde hoje encontra-se a Turquia.
Todavia, conhecido como um dos maiores impérios, o Otomano tinha em seus domínios terras no leste e no sul da Europa, norte da África, Oriente Médio e uma parte do sudeste da Ásia. Seu nome tem origem em Osman I (Otman I), um dos líderes mais importantes e fundador da dinastia Otomana.
Além disso, considerado como a última potência global do mundo islâmico, o Império Otomano foi responsável pela queda de Constantinopla e acabou experimentando sua dissolução com o fim da Primeira Guerra Mundial.
Origem do Império Otomano
Em síntese, o Império Otomano teve sua origem no início do século XI, com a fixação de tribos nômades na Anatólia (Turquia). Seu fundador foi Osman de Segut, conhecido como Osman I (Otman I), era pertencente ao grupo dos seljúcidas, uma tribo turca nômade que se converteu ao islamismo.
Em 1299, Osman declarou sua jurisdição na Anatólia. Entretanto, do vínculo estabelecido com o Império Seljúcida, estaria formado o sultanato turco-otomano, dando origem ao Império Otomano, em homenagem ao fundador.
Dessa forma, em 1300, os otomanos tiveram várias vitórias sobre os bizantinos. Todavia, o maior destaque do Império Otomano aconteceu com a tomada de Constantinopla, em 1453. Usando de várias estratégias militares, o Império Otomano transformou as tribos em uma dinastia, permitindo a difusão da religião muçulmana em seus territórios, sempre respeitando e tolerando as tradições já existentes nos territórios conquistados.
Durante o período em que comandava, Otman I deu início ao processo de expansão territorial em regiões que hoje equivalem à Europa, Oriente Médio e norte da África. Foi sucedido por seu filho, Orkhan, que continuou o processo de expansão do império.
Desenvolvimento de um império
De acordo com a tradição muçulmana, cada sultão que liderasse o Império Otomano devia demonstrar sua autoridade, conquistando e subjugando outros povos existentes e aumentando os domínios do império.
Nesse sentido, os primeiros 150 anos do Império Otomano foram dedicados à expansão territorial. Assim, primeiro dominaram a região de Anatólia, posteriormente alcançando a península de Galípoli (parte europeia da Turquia).
Foram responsáveis também por conquistarem o noroeste do Império Bizantino e Europa. Entretanto, a primeira conquista foi a cidade bizantina de Adrianópolis, em 1361. O Império Otomano aumentou seus domínios na Europa, como a região do Rio Danúbio (Sérvia, Bulgária e Macedônia).
Conquista de Constantinopla
Em 29 de maio de 1453, o Império Otomano alcançou o seu maior feito com a tomada da cidade de Constantinopla, capital do Império Bizantino. O conquistador turco responsável pela queda da cidade bizantina foi Maomé II (Mehmed II), que transformou a cidade em capital do império, rebatizando-a como Istambul.
Todavia, Maomé II foi responsável pela construção de um canhão muito avançado para a época, responsável por abrir buracos na muralha da cidade. Ainda em batalha, o sultão usou 70 navios em uma operação noturna que transportava tropas.
Após a conquista de Constantinopla, o imperador Constantino XI foi destituído do poder. Todavia, a nova capital do Império Otomano tinha o islamismo como religião oficial, mas não proibia a prática do cristianismo.
Avanço territorial e questões políticas
Enquanto se expandia territorialmente, o Império Otomano também passou por situações que culminaram na existência de uma força política paralela e interna, formada em sua grande parte pela nobreza turca.
O imperador Murade I (terceiro líder do Império Otomano) criou o Devshirme, um imposto cobrado sobre os vassalos europeus, que os obrigava a enviar uma a cada cinco crianças para se converterem ao islamismo e servirem o Império Otomano.
Nesse sentido, deu-se origem aos Janízaros, elite militar formada por jovens e crianças capturadas em guerras e educadas de acordo com os princípios do islã. A lealdade deste exército era tamanha, que chegaram a ser considerados como filhos do sultão.
Com a criação do Devshirme, o Império Otomano deu nascimento a uma segunda força política, responsável por dividir sua influência com a nobreza turca. Os Janízaros ainda foram responsáveis por uma revolta em 1820, que acabou facilitando o fim do Império Otomano.
Fim do Império Otomano
O Império Otomano passou por um período difícil entre os séculos XVIII e XIX, marcado por articulações tanto militares quanto diplomáticas com países do Ocidente, como França e Alemanha e guerras contra o Império Russo.
Nesse sentido, revoltas internas também contribuíram para a estagnação completa do império, como é o caso da revolta dos Janízaros, em 1820. Na ocasião, o sultão Selim III promoveu um massacre e silenciou a revolta.
Em 1914, a Primeira Guerra Mundial foi a grande responsável pelo esfacelamento do império, aliado de alemães e austríacos. Com a derrota dos aliados, o Império Otomano assinou o Armistício de Mudros, que cedeu porções do território aos ingleses e franceses.
Nesse sentido, outras regiões lutaram pela independência, como é o caso da Anatólia, liderada por Mustafá Kemal, que entrou em guerra contra o sultão Mehmed VI. Essa guerra se estendeu por um longo período, até que em 1922 e 1923, foi realizada a Conferência de Lausanne, na Suíça, que deu origem à Turquia.
Então, o que achou da matéria? Se gostou, leia também: Império Português, o que foi? Contexto histórico e colonizações.
Fontes: História do Mundo, Brasil Escola, Toda Matéria, Revista Galileu, Infoescola
Imagens: Pierre Loti Hotel, History Turk, Lá no Oriente Médio’s Blog, Aventuras na História, Hoje Macau,
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