Lampião – A história do maior cangaceiro do Brasil

Virgulino Ferreira da Silva era o nome verdadeiro de Lampião, o Rei do Cangaço. Sua história como cangaceiro começa para vingar a morte de seu pai.

O homem conhecido como Rei do Cangaço fez a história sob o nome de Lampião. Nascido em Serra Talhada (PE), no ano de 1898, Virgulino Ferreira da Silva veio de uma família de classe média.

Sua história como cangaceiro começou na década de 1920. Brigas por poder e posse de terras eram muito comuns na época. E foi um conflito desses que matou o pai de Virgulino. Para se vingar do assassino, ele entrou para um grupo de cangaço.

A vida cangaceira era uma espécie de protesto contra as injustiças sociais no nordeste do Brasil. No entanto, existiam dois tipos de cangaceiros: os apadrinhados por políticos e latifundiários, que tinha proteção mediante serviço prestado, e aqueles que eram conhecidos como “bandidos”.

Lampião - a história do maior cangaceiro do Brasil

Virgulino fazia parte da segunda categoria, os que estavam insatisfeitos com o poderio de terras estar nas mãos de poucos. Por ser muito inteligente e estrategista, logo ele se tornou líder do seu bando.

Imediatamente ganhou o apelido de Lampião, dado por seus amigos cangaceiros. Diz-se que o nome foi escolhido, porque ele atirava tão rápido que a ponta de sua espingarda ficava vermelha como um lampião aceso.

A fama de Lampião

Vingar a vida de seu pai foi apenas o primeiro trabalho de Lampião. Daí então, ele começou a aterrorizar as terras nordestinas.  Alguns de seus maiores feitos foram o assalto à casa da Baronesa de Água Branca, no interior de Alagoas, e a tentativa de tomar a cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Depois desses acontecimentos, na década de 1930, o bando liderado por Virgulino passa a ser procurado por toda região do Nordeste. Sobretudo como cangaceiros de alta periculosidade. Em contra partida, as populações mais pobres viam neles heróis do povo.

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Lampião e sua companheira, Maria Bonita

Entretanto, a vida cangaceira exigia que os homens vivessem errantes e sobrevivendo de saques às grandes fazendas. No auge de sua fama, sendo chamado de Rei do Cangaço, ele conhece Maria Déia. Ao se unir ao bando e se casar com o líder, ela ganhou o nome de Maria Bonita.

A segunda metade dos anos 30, Getúlio Vargas impõe uma caçada por Lampião, objetivando acabar de vez com o cangaço e instituir uma nova ordem social. Em 1938, o bando é pego numa emboscada na Grota do Angico. Então, o líder, sua esposa e outros 9 companheiros foram cercados durante a madrugada.

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Morte de Lampião

Um tiro certeiro atinge Virgulino, que estava despreparado, bem na barriga. A lenda do homem com o corpo fechado pelos espíritos morria aos 40 anos de idade. Além dele, Maria Bonita e os outros que ficaram feridos e foram degolados.

Por fim, os corpos foram deixados para trás para serem comidos por urubus, como regia a cultura da época. Enquanto suas cabeças foram expostas em praça pública por todo o Nordeste, juntamente com seus chapéus e armas. Desta maneira, as pessoas veriam qual era o fim daqueles que dedicavam suas vidas ao cangaço.

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Curiosidades sobre o cangaceiro

Muitos acreditam que Lampião era um pobre coitado que encontrou solução para a vida cometendo crimes. Entretanto, o que poucos sabem é que Virgulino era alfabetizado e homem de muitos talentos.

Antes de entrar para o cangaço, até seus 20 anos de idade, trabalhou como artesão. Dessa forma, ele se tornou um exímio costureiro. Além disso, também era um excelente curtidor de couro. Essas duas habilidades o ajudaram a compor a estética de cangaceiro.  Outra curiosidade é que Lampião tinha problemas de vista, por isso estava sempre usando óculos.

Mesmo após sua morte, várias discussões giraram em torno da índole do Rei do Cangaço. Para as famílias tradicionais do Nordeste, ele era um bandido. Já para os mais simples, Virgulino Lampião foi herói. Inclusive, em sua cidade natal, Serra Talhada, já foi discutida duas vezes a possibilidade de instalar uma estátua em homenagem a ele.

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Vale salientar também que, durante muito tempo, a família do cangaceiro e de seus companheiros lutaram para poder enterrá-los da forma correta. Graças à pressão da sociedade juntamente com a Igreja Católica, em 6 de fevereiro de 1969, familiares puderam enterrar as cabeças de Lampião e Maria bonita. Enquanto os outros do bando receberam o mesmo tratamento uma semana mais tarde.

Gostou de conhecer a história do famoso Rei do Cangaço? Se você achou interessante, aproveita pra ler Movimentos sociais, como surgiram? Definição, história e objetivos.

Fontes de Imagem: Acesse PiauíInfoEscola, Sua Pesquisa, BBC, Jornal Opção

Fontes: InfoEscola, Sua Pesquisa, BBC, Jornal Opção.

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