Neorrealismo, o que é e como surgiu a corrente artística esquerdista

O Neorrealismo foi um movimento de vanguarda que mudou o modo de fazer arte no mundo, abordando temáticas sociais e retratando a realidade do cotidiano.

Conheça o Neorrealismo: corrente artística de cunho esquerdista

O Neorrealismo, ou realismo novo, foi uma corrente artística que apareceu no início do século XX. Muito ligada aos movimentos de esquerda, como o socialismo, propunha que as artes refletissem a realidade.

Esse foi um movimento de vanguarda, sendo que influenciou literatura, música, pintura e até o cinema. Ele se deu em diversos países pelo mundo, inclusive com representação aqui no Brasil.

Havia uma abordagem bem crítica da realidade, certamente que num contexto de cunho revolucionário. Buscava-se retratar os conflitos e as desigualdades ocorridos na sociedade da época.

Algumas características do Neorrealismo

Por ser de cunho esquerdista, o Neorrealismo era um movimento em que os artistas abordavam uma temática parecida entre eles. Diversas são suas características, dentre as quais podemos mencionar, obviamente, o anticapitalismo.

Há igualmente a busca do realismo social, para se retratar as lutas de classe. Eram também objetivos e simples, posto que usavam um linguajar coloquial e regional. Os personagens eram caricatos, já que necessitavam se enquadrar no contexto de embate ente burguesia e proletariado.

Conheça o Neorrealismo: corrente artística de cunho esquerdista

No cinema, a vanguarda neorrealista pode ser considerada o filme “Roma, Città Aperta”, de Rossellini,  (1945). Ele foi rodado logo em seguida à libertação de Roma, sendo influenciado pelo realismo poético francês.

A temática do Neorrealismo

O Neorrealismo pode ser conceituado como um movimento artístico ocorrido no princípio do século XX. Havia nele um forte apelo ligado aos movimentos de esquerda, principalmente à doutrina de Marx.

Ele apareceu de forma evidente tanto na literatura, quanto nas artes plásticas e na música. Mas certamente que foi no cinema que o movimento atingiu mais público.

Já no Brasil, buscou-se o resgate do Realismo e do Naturalismo, só que com pitadas diferenciadas. É que havia nas artes nacionais temáticas modernistas, além de marxistas e até freudianas.

A literatura estava cheia de autores que eram militantes políticos esquerdistas. Por essa razão que se abordava o confronto de classes e até mesmo desigualdades sociais.

Conheça o Neorrealismo: corrente artística de cunho esquerdista

José Américo de Almeida foi o precursor do Neorrealismo, já que na obra A Bagaceira (1928) contou sobre o drama nordestino.

Mas também houve Rachel de Queiroz com “O Quinze”, “As Três Marias” e “Memorial de Maria Moura”. Assim como José Lins do Rego com “Menino de Engenho”, “Doidinho” e “Riacho Doce”.

Menciona-se também Graciliano Ramos com “Caetés”, “São Bernardo”, “Angústia” e “Vidas Secas”. Érico Veríssimo com “Olhai os Lírios do Campo”, “O Tempo e o Vento” e “Incidente em Antares”.

Também deve-se citar Jorge Amado com “Cacau”, “Mar Morto”, “Capitães da Areia” e “Gabriela, Cravo e Canela”.

O Neorrealismo francês

No cinema da França despontou, a partir de 1930, o Realismo Poético, que é um belo estilo artístico. O movimento se dispunha a produzir filme com temática social, posto que denunciava as desigualdades sociais. Esse é o Neorrealismo da “sétima arte”.

Conheça o Neorrealismo: corrente artística de cunho esquerdista

As temáticas vinham recheadas com muito humor, sátiras ferozes e pessimismo seco. Durante os anos de 1930 e 40, portanto, o cinema mudou a forma de produção, já que contou a história do povo. Também as cenas passaram a ser rodadas fora dos estúdios, o que era uma novidade para a época.

Muitos diretores franceses se destacaram no realismo poético. Podemos citar René Clair com “Sob os telhados de Paris” (1930) e Jean Vigo com “O Atalante” (1934). Mas há também Julien Duvivier com “O Demônio da Algéria” (1937) e Jean Renoir com “A Grande Ilusão” (1937).

Conheça o Neorrealismo: corrente artística de cunho esquerdista

Autores e obras em Portugal

O Neorrealismo em Portugal começou com o romance Alves Redol “Gaibéus” (1940). E depois dele se destacaram: Ferreira de Castro com “A Selva” (1930) e Mario Dionísio com “As Solicitações e Emboscadas” (1945). Mas também publicaram Manuel da Fonseca, “Aldeia Nova” (1942), Fernando Namora, “As Sete Partidas do Mundo” (1938), Soeiro Pereira Gomes, “Esteiros” (1941).

O Neorrealismo na atualidade

Nos dias atuais, o cinema brasileiro continua, em certos filmes, com a temática do Neorrealismo. Isso pode ser visto quando o tema é o denuncismo dos problemas políticos e sociais.

Dois grandes exemplos da atualidade são os filmes “Tropa de Elite”, dirigido por José Padilha, e  Central do Brasil, de Walter Salles. Mas merece especial menção o excelente “Cidade de Deus”, dirigido por Fernando Meirelles.

Lei também sobre o Arcadismo, o que é, história, características e arcadismo no Brasil.

Fonte: Wikipédia, Toda Matéria, Uni Oeste, Grupo Escolar, Ensina, Infopédia, Educalingo, Dicionário Informal, Niceplot, Biblioteca Digital.

Fonte das imagens: Tudo sobre seu filme, IMDb, Amazon, Identidade Cinéfila, Custo Justo.

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