A Revolução Industrial foi o período histórico que empreendeu grande desenvolvimento tecnológico. Este processo, entretanto, teve início na Inglaterra, durante a segunda metade do século XVIII.
Posteriormente, o desenvolvimento industrial se espalhou por outros países da Europa Ocidental e também pelos Estados Unidos. Nesse sentido, a indústria foi surgindo e se solidificando na cadeia de produção.
Em termos econômicos, a Revolução Industrial foi fator determinante para as grandes transformações pelas quais o mundo passou, sobretudo por consolidar o processo de formação do capitalismo.
Além disso, a Revolução Industrial também transformou o modo de produção, acelerando-o e permitindo que fossem produzidas mais mercadorias, além de explorar de maneira maciça os recursos naturais.
O que foi a Revolução Industrial?
A Revolução Industrial foi um processo iniciado na metade do século XVIII, na Inglaterra. Nesse sentido, o pioneirismo inglês é atribuído ao surgimento da primeira máquina a vapor, construída por Thomas Newcomen e aperfeiçoada por James Watt, em 1765.
Por ser um período marcado pelo avanço tecnológico, o maquinário desenvolvido possibilitou alavancar, principalmente, a produção têxtil.
Capazes de tecer fios em velocidade bem maior do que em um processo manual, surgiram máquinas que auxiliaram na produção de roupas, como é o caso da spinning frame e water frame, as mais conhecidas da época.
Posteriormente à construção de máquinas, o século XIX viu surgir a locomotiva e as estradas de ferro. Todavia, as estradas de ferro tiveram um papel primordial no crescimento industrial, encurtando distâncias e permitindo que mercadorias alcançassem outras localidades.
A construção de estradas de ferro foi financiada pelos grandes capitalistas que estavam enriquecendo com suas fábricas. Assim, o alto lucro gerado por suas indústrias era usado para investir no desenvolvimento da malha ferroviária, facilitando o escoamento e transporte de mercadorias.
As relações de trabalho
Antes de a Revolução Industrial acontecer, a produção era manual, ou seja, a manufatura utilizava a capacidade do artesão em produzir mercadorias.
Com o advento tecnológico e o surgimento de máquinas, as indústrias não precisavam mais de muitos trabalhadores, visto que o trabalho agora poderia ser feito por um número bastante reduzido de trabalhadores.
Nesse sentido, o salário oferecido ao trabalhador diminuiu de forma drástica. Antes, um trabalhador inglês ganhava em torno de 33 shillings, em 1795. Já em 1815, o salário pago era de apenas 14 shillings.
Além da baixa remuneração, as jornadas de trabalho chegavam a 16 horas, com 30 minutos de descanso. Os ambientes inóspitos não ofereciam segurança, e os trabalhadores conviviam com acidentes a todo momento.
Todavia, insatisfeitos com a situação, os trabalhadores ingleses começaram a criar os sindicatos (trade union), exigindo melhorias no salário e redução da jornada de trabalho.
Ao mesmo tempo surgiam movimentos como o ludismo, que a partir de 1811 registrou trabalhadores insatisfeitos invadindo fábricas e danificando as máquinas.
Por outro lado, o cartismo de 1830 lutava por direitos trabalhistas, defendendo o sufrágio universal a todos os homens e a representatividade da classe trabalhadora no parlamento.
Ao longo do século XIX, os trabalhadores organizaram greves e viram algumas melhorias, como a redução da jornada de trabalho para 10 horas, por exemplo.
Fases da Revolução Industrial
As transformações tecnológicas provocadas pela Revolução Industrial foram distribuídas em fases, que expressam melhor o processo evolutivo das novas tecnologias, o que acarretou também várias mudanças de cunho social e econômico.
Primeira Revolução Industrial
Aconteceu no século XVIII, entre 1760 e 1850. Neste primeiro momento aconteceu a substituição da energia produzida pelo homem por energia a vapor, eólica e hidráulica. Além disso, as novas formas de produção transformaram a produção artesanal (manufatura) em produção industrial (maquinofatura).
Todavia, nesta fase da Revolução Industrial observa-se o uso do carvão como fonte energética, o desenvolvimento da máquina a vapor e da locomotiva, além do desenvolvimento do telégrafo, o que facilitou a comunicação.
Segunda Revolução Industrial
Esta fase está compreendida entre a segunda metade do século XIX e começo do século XX e teve seu fim durante a Segunda Guerra Mundial. A industrialização se espalhou pela Europa Ocidental, Estados Unidos, Japão e outros países europeus.
Os avanços tecnológicos foram mais expressivos, e tecnologias existentes foram aperfeiçoadas. Pesquisas foram incentivadas e trouxeram grandes progressos para diversas áreas do conhecimento, como é o caso da medicina, por exemplo.
Entretanto, neste período observamos a utilização do petróleo como fonte de energia, como é o caso da invenção do motor à combustão. Nesse sentido, a eletricidade é usada para funcionar motores elétricos e à explosão. Todavia, o ferro também foi substituído pelo aço.
Terceira Revolução Industrial
Conhecida também como Revolução Tecnocientífica, a terceira e última fase da Revolução Industrial teve início na metade do século XX, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Nesse sentido, esse momento ficou marcado pelo avanço científico e acabou por se espalhar no mundo inteiro.
Todavia, este período apresentou a exploração da biotecnologia e da robótica. Avanços nas áreas de genética, telecomunicações, eletrônica e transportes também foram observados ao longo dos anos.
As relações sociais, bem como o modo de vida da sociedade também sofreram influência. Esse desenvolvimento acabou contribuindo para o encurtamento de distâncias e do tempo, ligando pessoas e lugares para além da localização geográfica. A esse fenômeno é dado o nome de globalização.
Causas e consequências
Uma das causas para o advento da Revolução Industrial foi a expansão comercial experimentada nos séculos XVI e XVII, que acabou por favorecer a burguesia, permitindo que essa classe acumulasse capital e financiasse o progresso tecnológico industrial.
Nesse sentido, a burguesia se encontrava enriquecida e fortalecida, e acabou por investir em projetos que serviriam para o aperfeiçoamento de técnicas de produção e criação de máquinas industriais, favorecendo a Revolução Industrial.
Assim, apontar as consequências para essa fase da história implica em dizer que a Revolução Industrial foi responsável por mudanças nas relações sociais, alterando o modo de vida das pessoas e também as relações de consumo.
O aumento de indústrias, a nova organização do capitalismo, o aumento da produtividade e o processo de urbanização foram mudanças experimentadas após a Revolução Industrial. Nesse sentido, a revolução também trouxe crescimento desenfreado das cidades e problemas sociais como violência e fome.
Industrialização do mundo
Os avanços experimentados a partir de outros momentos da revolução também contribuíram para a formação de um novo mundo, industrializado e cheio de problemas, como o desemprego e doenças. Problemas populacionais também foram observados, ao mesmo tempo em que o avanço dos meios de transportes permitia o escoamento de mercadorias e o trânsito de pessoas com maior frequência.
A Revolução Industrial permitiu que se observasse a integração entre ciência, tecnologia e produção, além de trazer avanços para a medicina. Posteriormente, surgiram os robôs (capazes de realizar trabalhos minuciosos), avanços na genética e nos meios de comunicação.
De forma geral, pode-se dizer que a Revolução Industrial como a conhecemos foi um marco para todas as gerações vindouras e transformou a relação entre o homem e o meio ambiente em que vivemos.
Então, o que achou da matéria? Se gostou, leia também: Fases do capitalismo, quais são? Contexto Histórico e características.
Fontes: Só História, Brasil Escola, Toda Matéria, Mundo Educação
Imagens: Significados, Trabalhos Escolares, Gazeta de Rio Preto, Coc, AAA Inovação, Brainly, GV Cult