Plano Cohen, o que foi? Definição, estrutura, objetivos e política

O plano Cohen foi um plano atribuído aos comunistas, de derrubada do governo de Getúlio Vargas. Neste sentido, foi um plano simulado.

Plano Cohen, o que foi? Conteúdo, objetivos e política

O plano Cohen foi um plano atribuído aos comunistas, de derrubada do governo de Getúlio Vargas. Contudo, foi um plano criado falsamente, para justificar a perseguição aos comunistas.

Portanto, a descoberta do plano, divulgada pelo governo no rádio no dia 30 de setembro de 1937, serviu como justificativa para instauração do Estado Novo. A propósito, o anúncio foi transmitido às 19 horas no programa Hora do Brasil.

No programa transmitido, ecoava a voz do general Góis Monteiro, chefe do Estado-maior do Exército brasileiro, que anunciou enfaticamente a existência do plano. Desta forma, em tom dramático, ele anuncia a descoberta de um plano de assalto ao poder de estado e de derrubada do presidente.

Conteúdo do plano Cohen

Segundo o general Góis, o exército havia apreendido um documento que continha um plano detalhado arquitetado pelo partido comunista brasileiro e por partidos comunistas internacionais.

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Neste plano estava prevista uma insurreição armada, acompanhada de invasão de forças estrangeiras, com prévia agitação de operários e estudantes. Contudo, também fazia menção à libertação de presos políticos e o incêndio de casas e prédios públicos.

A propósito, o plano Cohen, também trazia o planejamento de manifestações populares, que objetivava depredações e saques, além da eliminação de autoridades civis e militares. Neste sentido, esse acontecimento seria uma réplica da chamada Intentona Comunista de 1935.

Aliás, o plano Cohen recebeu esse nome numa pretensa referência ao líder comunista Húngaro, Bela Cohen, que governava aquele país entre março e julho de 1919, numa tentativa de revolução logo derrotada.

Porém, a farsa divulgada não teve a sua autenticidade questionada e, no dia 01 de outubro de 1937, diante da “ameaça vermelha”, Getúlio Vargas solicitou ao congresso nacional a decretação do estado de guerra.

Assim, o congresso aceitou e abriu mão da maioria de suas prerrogativas, além de suspender a constituição promulgada em 1934. Contudo, o Poder Legislativo também suspendeu a vigência dos direitos e garantias individuais.

O Estado de Exceção

Basicamente, o estado de exceção se instalou no Brasil com poderes excepcionais ao executivo e com a contribuição do poder legislativo.

Portanto, com as mãos livres das amarras da legislação democrática, Vargas iniciou uma dura perseguição aos ditos comunistas.

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Senado Notícias

Porém, Getúlio Vargas incluiu nessa perseguição todos os seus opositores, como o governador do Rio Grande do Sul, Flores da Cunha, que representava um obstáculo ao seu projeto autoritário.

Flores da Cunha se viu cercado pelo exército e pela brigada militar, a qual perdeu o controle e se exilou no Uruguai, após negociar sua rendição. Por outro lado,  no dia 10 de novembro de 1937, o presidente Getúlio Vargas anunciou a formação do Estado Novo.

O Estado Novo

No anúncio do dia 10, Vargas chamou seu pronunciamento de Manifesto à Nação. Assim, ele prometia o reajustamento do organismo político do país às suas necessidades econômicas. Contudo, anunciava, ainda, a outorga ao país de uma Constituição.

Esta constituição seria totalmente redigida pelo jurista Francisco Campos, que, na verdade, era uma cópia da constituição polonesa, também outorgada e nascida de um golpe militar chefiado pelo marechal Jozef Pilsudski, em 1921.

No entanto, horas antes do anúncio do presidente Vargas, tropas do exército haviam cercado o Congresso nacional, que teve suas atividades encerradas. Assim, o congresso abriu mão de suas prerrogativas e contribuiu totalmente para a instauração do Estado Novo.

A conspiração contra Vargas

O período do Estado Novo ocorreu entre 1937 e 1945. Porém, no final desse período, aconteceu a conspiração para a derrubada de Vargas, por Góis Monteiro, ainda general do Estado Maior do Exército.

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Espaço Democrático

A conspiração objetivava que Vargas não concordasse à eleição de 1945, pois o ditador tornara-se popular ao sancionar a legislação trabalhista e desagradava interesses internacionais, especialmente dos EUA.

Como parte da conspiração, o general Góis foi a público revelar que o plano Cohen não passava de uma fraude, era um documento escrito com a anuência do próprio Vargas que visava usar o espantalho comunista, para se manter no poder indefinidamente.

Fraude do Plano Cohen

A partir dessa revelação, iniciou-se um verdadeiro jogo de empurra e espertezas, onde todos juraram inocência a respeito do plano Cohen. Porém, o povo brasileiro se descobriu como o grande enganado. Assim, o general Góis se eximiu de qualquer responsabilidade, pois disse ter acreditado no documento.

Porém, só depois que ele descobriu que se tratava de uma fraude, não a denunciando, por receio de vir a desmoralizar as forças armadas, únicas instituições capazes de conter o “perigo vermelho”.

Desta forma, ele atribui à autoria da fraude ao capitão Olímpio Mourão, chefe integralista na época, do Serviço Secreto de Ação Integralista Brasileira, partido de extrema-direita que, no momento do golpe, apoiava Vargas.

O envolvimento de Plínio Salgado

O capitão Olímpio Mourão admitiu ter escrito o o plano Cohen a pedido do chefe maior da AIB (Ação Integralista Brasileira), o escritor e jornalista Plínio Salgado. Assim, Mourão afirmou que o documento tratava-se de uma mera simulação.

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Rascunho

No entanto, nas palavras de Mourão, esse documento tinha a finalidade de um estudo de usos interno das fileiras integralistas. Porém, uma cópia do plano chegou às mãos de Góis Monteiro, levada pelo general Álvaro Mariante.

Contudo, nas palavras de Mourão, o general Góis teria se apropriado do documento e o tornado público, como parte de uma trama para instalar a ditadura no país. Porém, Mourão também afirmou, como Góis, não ter divulgado a farsa por medo de desmoralizar as forças militares.

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Fontes: Toda Matéria, Educação Uol, Brasil Escola, Mundo Educação

Imagens: Vós, Veja, Senado Notícias, Espaço Democràtico, Rascunho 

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