O que foi a Contrarreforma? Origem, causas e consequências

A Contrarreforma foi um movimento da Igreja Católica que buscou reformular sua imagem pública e limitar a expansão do Protestantismo.

O que foi a Contrarreforma? Origem, causas e consequências

Muitos se perguntam o que foi a Contrarreforma. Pois bem, a mesma se tratou de uma resposta da Igreja ao avanço do Protestantismo na Europa. Ao passo que o feudalismo entrava em declínio e a ciência indicava a chegada da Idade Moderna, o clero ia perdendo sua influência e suas inadimplências e abusos de autoridade passaram a ser criticados.

Nesse contexto, onde o humanismo questionou a teocracia e a burguesia passou a investir em avanços científicos e tecnológicos, houve uma brecha para que Martinho Lutero divulgasse suas 95 teses. Assim, diante da popularidade da Reforma Protestante, a Igreja Católica precisou se reformular.

Dessa forma, novos pensadores passaram a lutar contra a corrupção clerical e defender uma igreja voltada à ação de graças. Como resultado disso, novas ordens religiosas, focadas majoritariamente na caridade, foram criadas. Ademais, a colonização das Américas abriu espaço para missões de catequização.

Então, em suma, a Contrarreforma buscou limpar a reputação da Igreja Católica e retrucar a teologia luterana. Assim, os aspectos da doutrina e administração foram remodelados após o Concílio de Trento.

Reforma Protestante

Lutero é o nome de destaque quando se fala na Reforma Protestante

Em 1517, Martinho Lutero, insatisfeito com a venda de indulgências e declínio moral da Igreja Católica, escreveu suas 95 teses criticando o comportamento da igreja e do próprio papa. Embora o manifesto do monge agostiniano alemão visasse apenas levantar um debate, o mesmo serviu como a propulsão do Protestantismo.

A Reforma Protestante já contava com um histórico que antecedia Lutero. Todavia, o monge que acabou sendo excomungado pela Igreja, é o nome de maior destaque desse movimento. Só para ilustrar, o levante de Lutero foi apoiado pela nobreza e pela burguesia, ganhando muita força pelo Sacro Império Romano Germânico, na Europa.

Além da gênese de novas vertentes do Cristianismo, como o Luteranismo, o Calvinismo e o Anglicanismo, a Reforma Protestante provocou um afastamento social da Igreja Católica. Visto que estava perdendo cada vez mais poder e credibilidade, a Igreja de Roma passou a rever sua doutrina e prioridades em 1530 com a Contrarreforma.

O que foi a Contrarreforma?

Diante das críticas vindas de Lutero e da Reforma Protestante, a Igreja Católica se viu diante da necessidade de reformular sua doutrina

Embora o termo Contrarreforma seja popularmente adotado, muitos historiadores não concordam com o mesmo. Visto que o objetivo dessa reformulação da Igreja foi muito além de dar uma resposta a Lutero e ao Protestantismo, o termo preferido por eles é Reforma Católica.

Surpreendentemente, da mesma forma que nomes como John Wycliffe e Jan Hus lutavam por uma Reforma Protestante antes de Lutero, na própria Igreja Católica havia um desejo embrionário de reformulação. Um caso conhecido é o de Francisco de Cisneros, um cardeal da ordem franciscana da Espanha.

Aliás, também da Espanha veio Inácio de Loyola, o nome por trás da Companhia de Jesus. Apesar de não haver um consenso quanto às reais intenções por trás da fundação da Ordem dos Jesuítas, é certo que a mesma atuou no fortalecimento da Igreja Católica. Em suma, sua missão era catequizar o Novo Mundo.

No entanto, sem dúvidas, um elemento principal da Reforma Católica foi o Concílio de Trento.

O Concílio de Trento e a Reforma Católica

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Convocado pelo Papa Paulo III, o Concílio de Trento marcou a Contrarreforma e durou 18 anos. Curiosamente, o mesmo se consolidou como a assembleia religiosa mais longa da história. Ao longo desse concílio, foram debatidos diversos problemas doutrinários e decididas questões responsáveis por fortalecer o poder do Papa e da Igreja.

Então, realizado entre os anos 1545 e 1563, esse concílio reuniu diversas autoridades católicas e até mesmo teólogos protestantes. Assim como mencionado acima, seu objetivo era redefinir o posicionamento da Igreja em relação à sua doutrina religiosa, bem como encontrar meios de frear o avanço do protestantismo pela Europa.

Medidas adotadas pelo Concílio de Trento

  • proibição da venda de indulgências;
  • criação de seminários responsáveis por qualificar os membros do clero;
  • fim da venda de cargos na Igreja;
  • reforço do princípio de salvação pela fé e ação de graças;
  • reafirmação do purgatório e do culto à Virgem Maria e aos santos;
  • constituição de um catecismo para doutrinar crianças;
  • fortalecimento da infalibilidade do Papa.

Além disso, o Tribunal do Santo Ofício, também conhecido como a Inquisição, foi reativado. Como consequência disso, membros da comunidade protestante foram perseguidos. Ao passo que várias pessoas foram torturadas e mortas, também houve o julgamento de grandes personalidades da ciência, como Galileu Galilei.

Vale ressaltar que com a criação da prensa móvel por Johannes Gutenberg resultou em uma maior acessibilidade à informação e educação. Visto que livros e jornais puderam ser imprimidos com maior facilidade, a Igreja Católica utilizou a Contrarreforma para censurar alguns livros.

Através dessas medidas, de fato, a Igreja Católica conseguiu conter o avanço do Protestantismo no mundo. Além de ter retomado forças em países como Itália, Espanha e Portugal, a instituição romana expandiu seu número de fieis para as colônias da Grandes Navegações. Com isso, milhares de nativos foram compulsoriamente catequizados.

E então, o que achou dessa matéria? Se gostou, confira também: Saiba como ocorreu a reforma protestante e quem foram seus líderes.

Fontes: Brasil Escola, Toda Matéria, História do Mundo, Mundo Educação.

Imagens: Historia National Geographic, JusBrasil, Europa Protestante, Pisdc.

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